Baixo-cima, cima-baixo

A felicidade subiu a escada cada vez mais alto, cada vez mais sonho, cada vez menos real. No topo havia uma árvore de fruto, uma macieira guarnecida de gloriosas maçãs. Estranhamente tudo era tão surreal. Tentou agarrar uma e esta desfez-se entre as suas mãos... Nenhuma delas se materializou perante o seu desejo incessante. Só aí a felicidade percebeu que não havia um fim para esta história porque nem ela própria percebia como podia alguém tê-la feito subir tantas escadas, para terminar vazia por dentro e por fora.

Na manhã seguinte, quando acordou, doía-lhe o corpo da queda. Na mesa da cozinha um cesto repleto de maçãs lembrava-lhe todos os dias porque é que a vida custava tanto.