Monday, September 17, 2007

NaviO

E ao ler aquilo que se escreve, aquilo que se diz, recordo o que não posso pensar. Tu. Entre duas tábuas, entre um espaço que não posso corromper. Tu. Por cima de coisas que não percebo. Por cima da amizade, por cima do amor. Por cima dos sonhos. Tu. Consciente. Inconsciente. Imagino-te na rua. Na casa. Debaixo do sol e debaixo do mar. Imagino. E vejo-te com outras. Vejo-te longe de mim como sei que estás. Sei que estás. Tu. Imaginação da mente prodigiosa que não acredita na realidade furtiva do rpesente vivido. Vivenciado. Revivido. Tu. Uma vez mais. Recordar e pensar no que vou esquecer no futuro. Sofrer por antecipação por saber que nunca estarás perto e que falta tão pouco para deixar de te ver. Um dia, uma semana. duas semanas. O tempo esgota-se e quero tanto cerca de mim. Tu. Só para acreditar que um dia será possível. E esperar de ti aquilo que não me dás. Tu.

Recordar uma vez mais aquele dia, aquela noite. O abraço, o beijo, as palavras e os carinhos. Tudo isto para não esquecer que sim. Sim. Um dia pensei em ti. Mais do que um dia. Uma semana passou à espera de um caminho que a levasse até um outro porto. Ou esperar que esse velho abrigo lhe trouxesse um novo barco, uma nova jornada.

Triste. Tu. Não sei porquê. Imagino em tudo o que é possível e o único que queria era que fosse pela saudade. Mas não é. Poderia passar sobre ti a noite inteira. Poderia passar sobre ti a vida inteira. Poderia passar sobre ti o meu mundo para que o tornasses cor-de-rosa. Contudo, não sonho mais. Não sonho para não acordar no chão, caída de mais uma queda. De mais um momento destroçado. Te espero aqui, só porque sim. E sobretudo porque esperar faz acreditar. Cada dia, cada vez mais. O tempo escasseia mas espero-te. Porque não posso fazer mais nada.

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