Sunday, March 23, 2008

Porque esperas?

Tu que estás aí sentado nessa cadeira. Olhas para um ecrã seja ele qual for para matar os dias que não morrem por si próprios. Tu que aí estás, ligas a música e revês-te em qualquer uma das canções que ouves, com pena de ti próprio... Tu que aí te deitas à espera de um sinal que sabes, desde o começo, não receberás. Tu que aí sonhas, diz-me até onde vais quando voas e quantos metros tem a dor da tua queda. Tu aí, parado, a olhar o mundo, diz-me a que lugar pertences, que caminhos cruzaste para chegar ao fim da noite. Tu que aí repousas, vira a face para o céu e deixa que o ar da rua te acorde para a realidade. Tu que aí aguardas que tudo mude... Tu que aí estás, que aí estiveste toda a tarde à espera de um único gesto, diz-me porque não desistes... Diz-me porque uma vez e outra e outra te deixas levar para onde não queres, por pessoas que não conheces e, quando chega o crepúsculo, ainda tens na pele a esperança que só os vencedores têm. Tu que o sentes, que o sabes e reconheces, diz-me como fazes para apagar a alma nos dias em que ela mais arde no corpo. Diz-me tudo, diz e no final ajuda-me a esquecer.

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