Monday, March 29, 2010

Como um balão lá vou eu. O ar empurra-me para cima e a vida puxa-me para baixo em movimentos constantes que se vão repetindo ao longo do tempo. Hoje estou no topo, a voar, colada ao céu e amanhã estou na lama, a rastejar no chão. São emoções que aparecem e desaparecem sem que eu as possa controlar. Hoje sou a pessoa mais feliz do mundo, amanhã sou nada. Hoje rio, grito, falo, amanhã durmo e choro.
Se saio para a rua, ela continua calada nos seus gestos quotidianos. Tudo parece igual mas a minha alma desceu do voo em que subira. Desceu tão rápida, tão inesperadamente que caiu ao chão e patiu-se em mil bocados. Agora estou agachada e varrer cada pedaço de mim. A fazê-los desaparecer. Para que amanhã, quando o Sol nascer de novo no horizonte, não existirem vestígios desta alma desfeita. E a vida voltar a ser mais fácil.

Friday, March 19, 2010

Felicidade. Coisa tão fugaz. Tão rápida. Desaparece de um momento para o outro. Num minuto enche uma sala e no minuto seguinte esvai-se pela porta entreaberta. Faz sentir bem. Faz sorrir. Faz cócegas no céu da boca. Faz sentir borboletas no estômago. Faz arrepiar a pele. Faz saltar. Faz correr loucamente em direcção a um abismo que, mesmo se sabendo sem fim, dá vontade de saltar. Porque o que é preciso é acreditar... Acreditar que sim, mesmo que no final seja um não...

Monday, March 15, 2010

Começa no lado esquerdo... Sente-se qualquer coisa estranha... Nao é uma dor e doi. Parece que aperta, nao sei bem explicar. Custa a respirar. Depois parece um arrepio que faz estremecer... sobe desde o peito ate à cabeca e no caminho faz desaguar lágrimas...

Thursday, March 11, 2010

E se..? Não, não é possivel, é apenas... Será? Uma voz dentro de mim diz-me que sim, que é apenas... Mas a outra, aquela que vem do coração faz-me ver que talvez seja... Mas não pode ser. Não o deixarei ser... ou mesmo que seja não deixarei a minha boca confessá-lo nunca. Que é isto frio que sinto agora na minha cara..? Sim, e mesmo uma...

Saturday, March 06, 2010

Arrepio

Estranha sensação esta que entra pela minha pele. São restos das memórias de um dia que não foi longe (até parece que foi ontem). Estranhos toques, estranhos suspiros. Estranhas palavras. Estranhos toques. Dois corpos a respirar em sintonia, a subir no ar em comunhão. Dois seres unidos por breves instantes... talvez não tão breves... Dois corpos feitos apenas de uma só massa. E o ar que se torna cada vez mais pesado, arrastando-nos em direcção ao Sol. Em direcção à Lua, mais precisamente. E, de repente, a explosão ecoa numa gargalhada solitária. Para onde foi o outro corpo?

Friday, March 05, 2010

Quem era eu no tempo em que éramos felizes? Frase já dita, repetida e reeditada. Muda-se a conjugação, muda-se o cenário. Mudam-se as pessoas. Mas uma mesma ideia perdura: para onde fui que não me encontro?