Se fosses meu (uma vez mais)
Tentar sempre, sempre. Uma e outra vez, tentar para depois cair, como hoje. Como sempre. Tentar e retentar como se isso fosse possível. E depois a desilusão. Sempre a desilusão. E não conseguir esquecer. Não conseguir apagar a memória que fica. O sentir-te perto, tão tão perto. Os teus braços quase a tocarem os meus, a tua cara quase a tocar a minha. Não me toques, não. Não posso aguentar. E a cada um desses dias em que te quero apagar, estás cada vez mais vivo. Não me fales, não me vejas. Não quero ver-te. Ouço a tua voz sempre sempre. E até ao fim acredito. Até mesmo quando já sei que não. Até mesmo tendo a certeza. Mas ainda não foi hoje que decidi que deixo de gostar de ti. Ainda não foi hoje. E espero o dia em que consiga dizer que já não quero sentir dor nas maçãs do rosto, espero o dia em que já não queira ouvir a tua voz, a tua música. O dia em que já não queira a tua melodia. O dia em que o teu abraço não seja importante, em que as tuas palavras não me façam chorar. O dia em que volte a ser livre. Se ao menos fosses meu..