Tuesday, September 30, 2008

Se fosses meu (uma vez mais)

Tentar sempre, sempre. Uma e outra vez, tentar para depois cair, como hoje. Como sempre. Tentar e retentar como se isso fosse possível. E depois a desilusão. Sempre a desilusão. E não conseguir esquecer. Não conseguir apagar a memória que fica. O sentir-te perto, tão tão perto. Os teus braços quase a tocarem os meus, a tua cara quase a tocar a minha. Não me toques, não. Não posso aguentar. E a cada um desses dias em que te quero apagar, estás cada vez mais vivo. Não me fales, não me vejas. Não quero ver-te. Ouço a tua voz sempre sempre. E até ao fim acredito. Até mesmo quando já sei que não. Até mesmo tendo a certeza. Mas ainda não foi hoje que decidi que deixo de gostar de ti. Ainda não foi hoje. E espero o dia em que consiga dizer que já não quero sentir dor nas maçãs do rosto, espero o dia em que já não queira ouvir a tua voz, a tua música. O dia em que já não queira a tua melodia. O dia em que o teu abraço não seja importante, em que as tuas palavras não me façam chorar. O dia em que volte a ser livre. Se ao menos fosses meu..

Monday, September 29, 2008

Se fosses meu...

Desculpa se às vezes sou assim. Desculpa ser assim. Desculpa ser sempre assim. Mas tudo me faz lembrar-te. Em cada gesto que faço, em cada frase que digo, em cada música que ouço, tu estás lá. E eu vejo-te a ir embora cada vez mais depressa... e isso dói tanto que tu só o podes saber no dia em que sentires assim. No dia em que cada milímetro da tua pele arder só por sentir o toque, no dia em que o teu coraçao rebentar só por sentir o adeus. Por sentir o ciúme e a verdade que não quer ver. E tentar sempre. Uma e outra e outra vez. Se fosses meu...

Monday, September 22, 2008

"Chegaste depressa, depressa. Era um dia em que eu estava perdida nestas coisas e não reparei que entravas, talvez por seres tão rápido. Eu imaginava paisagens distintas, outras vidas que não eram minhas e temia como quem teme a morte. Deixei-te entrar sem perceber como e quando reparei já eras parte de mim. Já te procurava durante a noite, já te queria durante o dia. Nessa loucura deixei-me ir e areditei que sim. Que nunca me senti assim, que nunca tinha havido este fogo na minha pele. Mais do que isso, acreditei que também na tua ardiam gestos em silêncio que eu tinha de preencher. Acreditei que as flores desabrochavam no campo e a relva era mais verde do que nunca. Acreditei que não conseguia parar de sorrir porque o meu cérebro tinha perdido o comando sobre estes músculos. Acreditei que tudo era tão perfeito que estava sempre à espreita para perceber como iria terminar. Quando atravessava a rua pensava sempre no autocarro que me iria atropelar e acabar com esta felicidade. Imaginava a doença que me ia matar violentamente antes dos trinta e que não me deixaria viver o meu Zorro como eu queria. E sempre que olhava no espelho eu via nele uma pessoa que não era eu. Via o sorriso, a felicidade, o brilho nos olhos. Nunca pensei que pudesse ser eu a estragá-lo, com tanto que te queria.
Dei-me a ti porque o queria. Porque só pensava em ti. Porque só queria estar contigo. Porque te desejava. Porque te imaginava juntinho a mim. Porque te acreditei o meu Zorro.
E hoje quando acordei o céu não estava tão azul como eu o tinha visto nos dias anteriores, o Sol não brilhava tanto, as pessoas não sorriam. Hoje quando acordei havia uma nuvem de tormenta sobre mim. E eu não consegui livrar-me dela. Tenho-a junto a mim e quando a aperto sinto uma dor tão forte, não sei bem dizer onde... Talvez aqui no lado esquerdo... É uma dor que aperta tanto e tão forte que me impede de respirar. E é nos momentos de lucidez que ela dói mais, ao pensar que foi por tanto te querer que te perdi."



Afinal tinha razão em tudo...

Thursday, September 11, 2008

Blame it on my youth

If, I expected love, when first we kissed,
blame it on my youth

If only just for you, I did exist,
blame it on my youth

I believed in everything
Like a child of three
You meant more than anything
You meant all the world to me

If, you were on my mind, all night and day,
blame it on my youth

If, I forgot to eat, and sleep and pray,
blame it on my youth

If I cried a little bit,
when first I learned the truth
Don't blame it on my heart,
blame it on my youth


Jamie Cullum



Sem mais.

Apartado

Teu cheiro. Não o tenho. Não o tenho já. Ainda não o esqueci e procuro-o em cada bocadinho de mim só para imaginar que estás perto. Imaginar que estás aqui ao lado. Sentir-te aqui ao lado. Procuro o teu cheiro por todos os lugares onde estiveste, onde tocaste, por todos os lugares que foram teus. Que são teus. Que serão teus na eternidade que durar este momento. Quanto tempo mais posso ficar assim?? Quanto tempo foi preciso para eu ficar assim? Dois segundos. Duas músicas. Dois olhares. Duas palavras. Dois gestos. Dois beijos. Duas noites. Duas carícias. Duas gargalhadas. E quanto tempo foi preciso para eu perceber que não podia ser assim? Dois silêncios. Duas vidas. Dois sentidos diferentes.

Wednesday, September 03, 2008

De

Foi tão depressa que nem te vi chegar. E agora é difícil fechar a porta contigo fora. Tenho-te todos os dias e não te tenho nunca. E tenho saudades. Saudades daquilo que quase ainda é um presente, sobretudo porque passado é não ser. Nunca foi. E eu soube-o desde sempre. Desde aquele dia em que disseste aquelas palavras com a tua boca... Não, não o digas agora. Estou a ouvi-lo... Estou... ainda gostamos... Não o digas mais. Pára. Não quero saber. Acreditei que podia fazer-te esquecer. Acreditei que era verdade e agora só consigo lembrar-me de quão feliz eu fui, ainda que por escassos momentos. Uma felicidade como nunca tinha sentido. Um sentimento como nunca experimentei. Uma vontade de estar, de tocar, de ser em ti a melodia e o sopro da brisa do mar. De ter em ti todas as palavras, todos os presságios do fim mas sem os recear porque o destino. Porque é ele quem me controla, foi ele quem me levou até ti. Quem te trouxe até mim já sabendo como seria o fim. E eu também o soube, qual vidente, que seria assim. E agora sinto a dor do teu corpo e recordo em cada instante o momento em que me dei como nunca o tinha feito antes. E como tudo parecia tão natural. Como se já tivesse sido escrito pelas estrelas. Mas afinal eram nuvens aquilo que eu via no céu.

Tuesday, September 02, 2008

Se estremeço só por ouvir a tua voz. Se morro só por te sentir perto e imaginar que me tocas... se não fosse assim que bom seria...

De te ter em mim

Enamorei-me de ti numa tarde inesperada em que tanto te esperei. Dormi a sono solto pelo calor que me apertava, para me esquecer que te esperava e acreditar que não o fazia. Mas tu chamaste... Sem que eu o esperasse de qualquer forma. Chamaste, e eu respondi porque era isso que ansiava desde o nascer do sol.
Quando cheguei não te esperava ali tão perto, esperava o desencontro, o onde é que estás que não te vejo, mas tu surgiste do nada. E o anoitecer foi tão rápido. E a noite foi tão rápida. E tudo foi tão rápido e tão intenso que pareceu durar uma eternidade. E eu não queria deixar-te ir. E eu só pensava em passar por ti a noite inteira, o dia inteiro, a vida inteira.
E o depois aconteceu. Mas tão fortemente intenso que o queria mais e mais. A cada vez mais, a cada minuto mais. E agora que não te tenho aqui, penso no que foste tanto para mim em tão pouco tempo. E já tenho saudades do que ainda não acabou mas vai acabar sem nunca sequer ter começado. E já tenho saudades do teu cheiro, do teu toque, do teu beijo. Já tenho saudades de te ter perto de mim. De te ter em mim.