Thursday, August 18, 2011

O outro lado da liberdade é agora

Duas mãos dadas. Duas mãos apertadas com força. Dois pares de pés que caminham lado a lado. O cenário é azul. Um céu e mar que se misturam. A areia é branca. Os passos avançam devagar. Sem pressa que há tanta vida. O vento empurra os cabelos para trás. Sente-se na pele a maresia. O dia está claro. O sol espreita entre duas nuvens. Esconde-se de novo, apanhado que foi a espiar os amantes. Páram os passos. As duas mãos que estavam dadas são agora quatro. Olham-se de frente. Dois rostos aproximam-se. São os rostos deles. Vêem-se um no outro como num espelho. Os olhos brilham mais. Lentamente as duas faces tocam-se. Deixam-se ficar, sem pressa. Mas os lábios também querem fazer parte desta história. Primeiro um toque tímido, depois um beijo. Ou dois. Foram muitos mais. O tempo parou. O mundo parou. As pessoas existem à sua volta, passam por eles. Não se escondem. Deixam-se ficar no centro do universo em que se sentem. Sem medo.

Thursday, August 04, 2011

A felicidade que me apagava as palavras fugiu tão de repente que agora são as palavras que estão a mais. Pela certeza de te ter perto não te senti escapar-me entre os dedos. Há em mim algo que me consome... Sei o nome mas não quero dar-lhe - ciúme. Vem sem se fazer esperar. Não esperava nada e agora não sei que esperar. Se amanhã estiver tudo igual sei que não estará porque eu não serei a mesma. Se amanhã estiver tudo diferente, sei que tudo estará diferente porque eu não serei a mesma. Tenho um coração desfeito e perdido em busca dos caminhos que não conhece. Não aprende como não arriscar. Não aprende a não se magoar. Não aprende...