Tuesday, October 19, 2010

Olho para a tua fotografia e lembro-me daquilo que fomos. Olho para a tua fotografia e lembro-me daquilo que podíamos ter sido. Queria-te de manhã e à noite. Queria-te em qualquer momento. Em qualquer minuto. Queria-te em fantasias e na vida real. Queria-te de uma forma estúpida que eu não conseguia compreender. Queria-te ao pôr do sol e ao levantar. Queria-te quando estava a chover e a fazer Sol. Queria-te tanto que nem sabia já porque te queria. Mas isso foi até ao dia em que, sem perceber como, te deixei de querer.

Saturday, October 16, 2010

Gosto deles. Mais do que isso. Gosto de estar com eles. Gosto quando eles me tocam. Gosto quando eles me sorriem, mas sobretudo quando me falam. Gosto de pensar neles. Gosto de fantasiar sobre eles. Gosto de sair com eles. Gosto de beber um copo e mais um e mais outro. Sempre com eles. Gosto de passear por aí com eles. Gosto que me conduzam. Gosto que eles me cantem. Gosto que eles toquem para mim. Gosto deles paternais e gosto deles infantis. Gosto deles mauzões e gosto deles docinhos. Gosto deles brutos e gosto deles delicados. Gosto deles betinhos e rebeldes. Gosto deles de gravata e gosto deles de calções. Gosto tanto deles que às vezes não percebo onde se esconderam que agora só encontro um.

Monday, October 11, 2010

Crush 1110

Conheci-te ao virar da esquina.
Estavas lá. De pé.
Eu ia a caminhar bem devagar,
como quem tem medo de tropeçar
no pé que fica atrás - e porque a última queda
foi bem grande.

Disseste-me duas palavras
e eu disse três.
Reclamaste mais quatro
e eu respondi.
Contaste-me de ti. E eu disse-te
de mim - mas pouco.

Devagar se vai longe.
Sorriste-me.
E eu sorri para ti.
Disse-te adeus e
piscaste-me o olho.
Existem tantas marés!

Sunday, October 10, 2010

Havia um castelo. Havia um princípe encantado. E havia uma gata borralheira. A gata borralheira trabalhava. O princípe encantado vivia. E o castelo exitia apenas. Nos dias em que a gata borralheira trabalhava, sonhava com o princípe encantado. Sonhava que ele chegava num cavalo branco, que a levava para o castelo onde nunca mais teria uma vida como a que tinha.
O princípe encantado sonhava. Sonhava com uma princesa a quem pudesse dar um castelo que apenas existia. Sonhava com a princesa que o faria feliz.
A gata borralheira nunca conheceu o princípe. O princípe nunca encontrou a princesa. E o castelo existiu feliz para sempre.
Porque é que ver-te ainda me faz chorar?

Friday, October 08, 2010

Destino ou livre arbítrio?

Se não tivesse beijado no princípio de tudo, talvez não tivesse tido medo de beijar outra vez. E se não tivesse tido medo de beijar outra vez, talvez tivesse beijado nessa noite.

Destino ou livre arbítrio?

E se tivesse beijado nessa noite, talvez tivessemos tido mais do que uma amizade. E se tivessemos tido mais do que uma amizade, talvez eu nunca tivesse ido embora.

Destino ou livre arbítrio?

E se eu não tivesse nunca ido embora, talvez nunca tivesse encontrado esse trabalho. E se eu não tivesse encontrado esse trabalho, talvez eu nunca te tivesse conhecido.

Destino ou livre arbítrio?

E se eu nunca te tivesse conhecido, talvez nunca me tivesse apaixonado por ti. E se eu não me tivesse apaixonado por ti, talvez nunca tivesse mudado de vida.

Destino ou livre arbítrio?

E se eu não tivesse mudado de vida, talvez não tivesse partido à descoberta. E se eu não tivesse partido à descoberta, talvez nunca te tivesse conhecido.

Destino ou livre arbítrio?

E se eu não te tivesse conhecido, talvez não me apaixonasse por ti. E se eu não me apaixonasse por ti, talvez estas palavras nunca existissem.

Destino..?

Thursday, October 07, 2010

Everything

Mais do que ter saudades tuas, tenho saudades de como me fazias sentir. Era o mundo que me pertencia. Era eu que podia voar. Era a Lua que estava ao alcance da mão. Era o sorriso que não e saía da cara. Era o caminho que parecia menos cinzento. Era a chuva que parecia menos molhada. Era o frio que parecia mais quente. Eram os passos que custavam menos a dar. Era a vida que parecia menos difícil. Era a felicidade que parecia mais próxima. Era o amor que parecia mais possível. Era o silêncio que parecia uma gargalhada. Era a música que parecia o teu retrato. Era a tua casa que parecia a mais bela. Era o trabalho que parecia uma brincadeira de crianças. Era a queda que, sendo iminente desde o primeiro minuto, parecia mais agradável. Era o risco que parecia valer a pena correr. Eras tu.

sorriso

Já não tenho palavras para chegar a ti. Mesmo que as tivesse não as usaria. Todas as histórias têm um prazo de validade e esta já cheira mal. Basta apenas querer. Querer muito. E não pensar no teu

Tuesday, October 05, 2010

Se tivesse que contar esta história com imagens, começaria com o sorriso. E depois, imediatamente a seguir, o olhar.

Existe uma noite onde ainda me perco, onde ainda gosto de vaguear nos dias em que a saudade aperta. É uma noite cheia de pessoas, cheia de risos, de copos esvaziados, de palavras perdidas na memória, ruas que à distância parecem diferentes. É nesta data que começa a estória. Não é uma estória de amor. É uma estória de... Não sei bem como chamar-lhe. Uma estória de um encontro sem história. Um encontro que acontece em determinado momento do tempo e aí deve permanecer, sem que nele se remexa.

Há dias em que a loucura me tolda o pensamento. Há dias em que a lucidez me tolda o coração. A cabeça empurra-me para a segunda e a alma leva-me para a primeira.
Há dias em que as saudades crescem e viajo com imagens até ao primeiro dos primeiros momentos. Há dias em que o pensamento dispara e tudo o que consigo ver na minha frente são pedaços rasgados da memória.

Procuro, desde quando não sei. Procuro à espera de encontrar. Procuro com quem não sabe que não deve procurar. E inevitavelmente espero. Espero mesmo sem expectativas. Espero de toda a gente mesmo sabendo que não devo esperar. E agora duas opções apenas: esperar a desilusão ou nunca mais esperar seja quem for, quando for?
Se já estava amachucada a um canto, agora rasgaste-a, pisaste-a e puseste-a no lixo. Mereço tê-la de volta, mas não consigo obrigar-te a ir buscá-la onde a deixaste, colá-la e devolveres-ma para sempre.